II Encontro Coletivo Ativista






Nos dias 18, 19 e 20 de fevereiro nós do Grupo AGR participamos do II Encontro do Coletivo Ativista. O foco principal desse encontro foi apontar o funcionamento do Estado brasileiro, com ênfase no poder Legislativo, bem como a importância dos conselhos e das políticas públicas. Somado a isso, também foram destacadas algumas estratégias de monitoramento da política.

O primeiro dia foi dedicado basicamenteà recepção e acomodação do pessoal. Já no segundo dia, assistimos um vídeo sobre Direitos Humanos e discutimos um pouco sobre o assunto. Também houve um debate a respeito da importância da associação em ONGs e redes para a construção de um público capaz de atuar de forma cidadã, como atores sociais. O que mereceu destaque foram as palestras ministradas por Rita Telles, diretora executiva do movimento Nossa Teresópolis e Fábio Oliva, jornalista investigativo, membro-fundador da Asajan (Associação dos Amigos de Januária) e conselheiro da AMARRIBO.

Rita falou sobre a experiência do Movimento por Cidades Justas e Sustentáveis em Teresópolis e sobre as dificuldades do processo de conscientização política no local. Contextualizou-nos também sobre a situação da cidade antes e depois das tragédias ocorridas pela chuva no início do ano e a omissão do poder público diante desse fato. Uma fala informativa e emocionante.

Fábio Oliva, por sua vez, ressaltou a relação intrínseca entre o controle à corrupção e a qualidade de vida nas cidades. Dentre outras, contou sobre o caso da cidade de Januária - que trocou de prefeito 7 vezes desde 2004, todos afastados por motivos ligados à corrupção - e de Analândia, cidade que sofre há anos pela administração corrupta ao estilo coronelista (vamos dedicar um post do blog somente para explicitar a situação da cidade). Destacou também a situação precária das escolas rurais e a falta de investimentos públicos no setor. Como exemplos positivos, trouxe a atuação da cidade de Maringá que diante de inúmeros casos de fraudes políticas criou o Observatório Social de Maringá (OSM), voltado para o monitoramento das licitações municipais. Foi uma palestra muito construtiva.

Para finalizar as atividades do dia, Fabio Oliva também falou sobre a relação entre Estado e Conselhos e da importância do papel da sociedade civil na participação dos mesmos. Fábio definiu que o problema do Brasil não se trata da falta de recursos, mas da má gestão dos mesmos, e por isso o instrumento apropriado para a gestão adequada é o orçamento público (tema que iremos nos aprofundar no terceiro encontro do Coletivo).

No terceiro dia, discutimos sobre a importância de se conhecer e monitorar o poder Legislativo. Os palestrantes foram Danilo e Sônia Barboza voluntários do Movimento Voto Consciente, que atuam na cidade de São Paulo. Discutimos sobre a organização da Câmara e as funções dos vereadores. Os palestrantes nos deram exemplos de formas e esquemas de monitoramento e os sucessos alcançados com eles. Além disso, houve um debate sobre a situação política atual, o problema das coalizões. Diálogo leve e bem instrutivo.

Depois dessa palestra, discutimos sobre outros exemplos de controle social e monitoramento. Simulamos a construção de um roteiro e a aplicação do monitoramento sobre alguma instancia política. No caso do Grupo AGR, escolhemos a pauta da reciclagem do lixo, que vamos utilizar, de fato, como alvo de monitoramento para cidade de Bauru. Após a dinâmica de encerramento e a definição dos próximos passos a ser dado pelo Coletivo, como “dever de casa” final ficou a tarefa de analisar e levantar dados sobre o cenário da Câmara dos Vereados em Bauru. E vamos lá!

Taís Capelini
Diretoria de Administração