No dia 13 de setembro parte do Grupo AGR participou do Workshop oferecido pela Oficina Cultural do Estado de São Paulo sobre Economia Criativa. A coordenadora do Workshop, Ana Carla Fonseca, é administradora pela FGV-SP, economista, mestre em administração e doutora em Arquitetura e Urbanismo pela USP. É consultora especial da ONU em Economia Criativa (UNCTAD e SSC-SU/PNUD) e sócia da Garimpo de Soluções, empresa de consultoria transdisciplinar em economia, cultura e desenvolvimento.
Economia Criativa não possui apenas uma definição, mas um conjunto delas, em desenvolvimento, que nos ajudam a entender seu conceito. O termo tem sua origem na Austrália em 1994 da derivação de “indústrias criativas” e teve seu avanço no Reino Unido durante o governo de Tony Blair.
Para reforçar a importância desta, vale ressaltar que a South-South Cooperation da ONU identificou a Economia Criativa como sendo a base da estratégia de desenvolvimento dos países ao sul do Equador, incluindo a criatividade e renovação das camadas marginalizadas no setor privado.
Na Introdução do livro Economia criativa como estratégia de desenvolvimento: uma visão dos países em desenvolvimento do qual é organizadora, Ana Fonseca aborda a criatividade como solução de problemas, renovação de idéias, e combustível que estimula a nova produção, tornando a Economia Criativa uma forma de resgate do cidadão (inserindo-o na sociedade) e do consumidor (incluindo-o na economia, respectivamente).
Muito abordado por ela é o que diz respeito a agregar valor à produção, através da criatividade e a curiosidade como primeira instância do ser criativo. Outro ponto principal foi a situação nomeada por Ana Fonseca como sendo de “funil”, existe uma grande produção, com barreiras para distribuição com uma demanda menor ainda. É esta pequena demanda que indica o que será consumido de toda aquela gama produzida.
Na Economia Criativa o principal ponto é o preparo mental, repertório e acesso a informação. Um indivíduo com ótimos estudos, porém deficitário de matéria para produção renderá tanto quanto um indivíduo com déficit de repertório, mas com um enorme leque de condições para produção. Ela tem como base estrutural quatro pilares de convergência de interesses: os governamentais, os empresariais, os individuais e ainda as iniciativas do terceiro setor.
A Economia Criativa pode ser ainda um nicho de desenvolvimento cultural, de pequenas empresas, cooperativas e/ou comunidades, do surgimento de Cidades Criativas, de renovação de mercados saturados e de crescimento de países em desenvolvimento. Esta oferece uma estratégia de desenvolvimento socioeconômico articulada, tomando como base os valores culturais e a criatividade de um povo para produzir em seus locais de origem e distribuir mundialmente bens e serviços que unam valor simbólico e econômico.
Segundo Ana Fonseca “a novidade reside no reconhecimento de que o contexto formado pela convergência de tecnologias, a globalização e a insatisfação com o atual quadro socioeconômico mundial atribui à criatividade o papel de motivar e embasar novos modelos de negócios, processos organizacionais e uma arquitetura institucional que galvaniza setores e agentes econômicos e sociais.”.
Por mais diversa que seja sua conceituação, a Economia Criativa pode nascer de pequenas ações e mudanças mínimas na organização do modo de produção, então dê o primeiro passo, seja curioso, informe-se e tome iniciativa!
Mayra Gianoni
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